2º Ano do Ensino Médio - Conteúdos

Resumo para estudo do provão do 2º bimestre

INTRODUÇÃO 

Enquanto o Brasil foi colônia de Portugal (1500 a 1822) não houve desenvolvimento industrial em nosso país. A metrópole proibia o estabelecimento de fábricas em nosso território, para que os brasileiros consumissem os produtos manufaturados portugueses. Mesmo com a chegada da família real (1808) e a Abertura dos Portos às Nações Amigas, o Brasil continuou dependente do exterior, porém, a partir deste momento, dos produtos ingleses.

COMEÇO DA INDUSTRIALIZAÇÃO 

 
Foi somente no final do século XIX que começou o desenvolvimento industrial no Brasil. Muitos cafeicultores passaram a investir parte dos lucros, obtidos com a exportação do café, no estabelecimento de indústrias, principalmente em São Paulo e Rio de Janeiro. Eram fábricas de tecidos, calçados e outros produtos de fabricação mais simples. A mão-de-obra usadas nestas fábricas eram, na maioria, formada por imigrantes italianos.

ERA VARGAS (1930 - 1945)

 

É com Vargas que o Brasil começa a estruturar seu parque industrial. A palavra já diz ? estruturar, dar base.
E é o que Getúlio faz: constrói as bases da industrialização nacional. Se até o momento os investimentos concentravam-se na produção de produtos e o excedente de capital era empregado nas indústrias têxteis, agora Getúlio lança mão de um projeto empreendedor.

Getúlio Vargas, com uma visão de desenvolvimento nacionalista e com o Estado na frente, constrói as indústrias de base:

Companhia Vale do Rio Doce (l942)
CSN - Companhia Siderúrgica Nacional (l941)
Entre as diversas realizações do governo, destacam-se a criação do Ministério do Trabalho (l931) e a promulgação da CLT (consolidação das leis trabalhistas) em 1943. Com Getúlio, os sindicatos passam a ser unificados e ganham a figura do "pelego" , líder sindical atrelado ao governo. 

REPÚBLICA POPULISTA (1946-1964)


O período tem início com Dutra, que implementou um rápido desvio da política nacionalista empreendida por Vargas. Nessa época, importamos muito e tivemos um leve retrocesso.
Com Vargas de novo no poder, (l951-54) cria-se a Petrobrás (l953) e o petróleo passa a ser visto como algo fundamental para a soberania do país. O monopólio é garantido e, apesar das pressões internas, através da UDN, e externas, com as multinacionais, o "PETRÓLEO É NOSSO", como diria o slogan da época.
Após algum tempo do fatídico mês de agosto de 1954, quando Vargas comete suicídio, Juscelino Kubitschek assume para dar acabamento ao projeto de industrialização. Se já tínhamos a indústria de bens de consumo não-duráveis (produtos têxteis, por exemplo) e a indústria de base (CSN, Vale do Rio Doce e Petrobrás), faltava agora a indústria de bens de consumo duráveis. Foi pensando nela que JK, através do capital associado, desenvolve o plano "50 anos em 5".
O país ganhava agora novas estradas, indústrias automobilísticas, uma nova capital e um tremendo rombo nas dívidas externas.
Portanto, foi com um enorme acréscimo de dívidas e um intenso arrocho salarial sobre as classes trabalhadoras que o Brasil consolidou o seu parque industrial. 

Ditadura Militar (1964-1985) 

 

Após destituir o governo de João Goulart (1964-1985), os militares passaram então a seguir um modelo que lhes era muito peculiar.
Com grandes investimentos em obras faraônicas e suporte industrial através de empréstimos internacionais, construíram a transamazônica e a ponte Rio - Niterói, por exemplo, além de desenvolver ainda mais o setor de bens de consumo duráveis. Este último investimento garantiu que a classe média tivesse acesso a televisores, Fuscas, entre outras coisas que a fizeram compactuar durante um certo tempo com o regime.
Durante a ditadura foi desenvolvido o Plano Nacional de Desenvolvimento (PND), durante os governos de Médici (1969-1974), Geisel (1974-1979) e Figueiredo (1979-1985), que tinha por objetivo alavancar a indústria nacional, áreas de pesquisa tecnológica e outros setores. Isso se dava com vultuosos empréstimos junto ao FMI e ao BIRD, o que influenciou num enorme aumento da dívida externa brasileira.
O auge do regime militar foi durante o governo de Médici, caracterizado pelo Milagre econômico, que possibilitou ao país a ter a oitava economia do mundo. No ano de 1973 este processo de desenvolvimento acabou, devido a guerra de Yom Kippur que gerou a crise do petróleo.
O governo de Geisel começa tendo que resolver os problemas gerados pela crise e é a partir disto que se lança o programa do Pró ? álcool. Este programa tinha por objetivo diminuir a dependência do Brasil junto aos exportadores de petróleo. 

Década de 1980 

 

Conhecida como a década perdida e caracterizada pelo baixo crescimento econômico, além de elevadas taxas de inflação. É neste período que ocorre a passagem para o período democrático, a eleição de Tancredo Neves, assim como a sua morte. Com este fato assume o seu vice José Sarney, caracterizado pela implantação dos Planos Cruzado (1986), Bresser (1987) e o Plano Verão (1989), com resultados apenas momentâneos e sem expressividade em longo prazo.
Em 1989 se promulga a constituição de 1989 e se estabelece as bases da República Democrática. 

Década de 1990

 

No ano de 1989 ocorre o processo eleitoral que elege Fernando Collor e consequentemente o modelo Neoliberal que já vinha sendo lançado por toda América Latina e que teve o seu início na Inglaterra com Margaret Thatchr. Esse novo projeto para país retirava o Estado da economia, deixando-o apenas nas áreas da educação, saúde e segurança. Para isso ocorrer o país precisou abrir um intenso processo de privatizações entre elas a CSN, no governo de Itamar Franco, a Vale do Rio Doce no governo Fernando Henrique Cardoso, além de uma série de bancos estaduais, empresas de telefonia, hidrelétricas e estatais do setor energético.
Durante o governo de Itamar Franco lança-se o plano Real que tinha como objetivo maior, assegurar a estabilidade econômica. A partir disso estabeleceu-se a paridade 01 (um) real/ 01 (um) dólar, o país então passou a sofrer com dificuldades de manter a balança comercial favorável, já que as importações eram maiores que as exportações. Tentando evitar o aumento dos índices de inflação, relacionado com a perda de dólares no país, o governo estabeleceu altas taxas de juros que atraíram os especuladores externos e trouxeram a moeda de volta para o Brasil.
Apesar do reconhecimento geral da sociedade sobre a estabilidade que o real trouxe para o país, as medidas tomadas para a contenção da inflação tornaram a economia brasileira baseada nos créditos dos especuladores e com baixas taxas de produção. Outro reflexo trazido por tais medidas foi às dificuldades colocadas sobre os pequenos e médios empresários brasileiros devido às altas taxas de juros que comprometeram qualquer tipo de empréstimo. O resultado desta equação foi um país de certa forma estável, mas com baixas taxas de produtividade e consequente alta de desemprego.

OBS: O texto acima destaca aspectos principais da Introdução da industrialização no Brasil. O tema pode ser estudado através do livro didático e exercícios feitos em sala de aula, assim como suas explicações no mesmo ambiente
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1º BIMESTRE
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1
GÊNESE GEOECONÔMICA DO TERRITÓRIO BRASILEIRO

 A POPULAÇÃO DO SUDESTE
Desde o século XVIII, em decorrência de suas atividades econômicas, a região Sudeste não parou de receber contingentes populacionais vindos de outras regiões e de fora do país.
A mineração foi a atividade que deu início ao processo de atração populacional, sendo seguida pelo cultivo do café (até a década de 30 deste século). Por último, a atividade industrial (a partir de 1950), juntamente com outras atividades ligadas a ela, gerou muitos empregos, atraindo grandes contingentes de migrantes das mais variadas regiões, principalmente do Nordeste.
A região Sudeste abriga mais de 40% do total da população do país, sendo a mais populosa e também a mais densamente povoada (cerca de 70 hab./km2) das regiões brasileiras.Essa elevada concentração de habitantes deve-se não apenas ao recebimento de migrantes, mas também ao crescimento vegetativo da população da região.
Como ocorre em todas as outras regiões, a população do Sudeste não se apresente igualmente distribuída pelo seu território. Enquanto em São Paulo e no Rio de Janeiro encontramos altas densidades demográficas (São Paulo com 130 hab./km2), em algumas áreas, como o noroeste de Minas Gerais e alguns trechos litorâneos, são escassamente povoadas, apresentando baixas densidades demográficas.
O Sudeste, com mais de 85% da população concentrada nas cidades, apresenta altos índices de urbanização. Nela localizam-se as mais importantes cidades brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, que concentram mais de 30% da população da região.
Desempenhando várias funções (centro industrial, comercial, financeiro etc.), São Paulo e Rio de Janeiro são as duas grandes metrópoles nacionais, exercendo grande influência sobre todo o país. Belo Horizonte é uma metrópole regional.
A economia e o território brasileiro nos séculos XVII e XVIII. Nota-se, no intervalo de tempo em questão, um aumento do número de cidades e vilas; de modo geral, acompanhando o traçado dos eixos de transporte e o avanço da pecuária, além da atividade mineradora na área correspondente ao atual Estado de Minas Gerais.
Observa-se que a distribuição das atividades econômicas pelo território brasileiro é descontínua. Os “espaços vazios” entre as regiões econômicas sugerem a ideia de um “arquipélago” como padrão de ocupação do Brasil.
No território brasileiro, as marcas das atividades econômicas do passado. As elevadas densidades demográficas nas áreas litorâneas, por exemplo, resultam do padrão de expansão territorial.
Como em outros territórios da América, África e Ásia, no período colonial brasileiro ocorreu a implantação da colonização de exploração. A organização da produção, da economia ou do sistema produtivo foi realizada com base no abastecimento do mercado externo. A introdução da grande propriedade agrícola – o latifúndio ou plantation – e da monocultura ocorreu com o objetivo de abastecer o mercado europeu de produtos tropicais e de matérias-primas.

Termos para identifica características do inicio da ocupação do território brasileiro:
• “espaços extrovertidos” refere-se aos espaços geográficos produzidos e organizados para atender o mercado externo. No período colonial brasileiro, os exemplos mais importantes são o espaço da agroindústria da cana-de-açúcar (séculos XVI e XVII), o espaço da mineração (século XVIII), o espaço do café (séculos XIX e XX) entre outros.
• “arquipélago econômico” busca indicar a falta de integração entre as economias regionais que se constituíram como espaços relativamente autônomos de produção e consumo, guardando relações mais estreitas com os mercados externos do que entre si. Aplica-se à economia e à configuração geoeconômica do território brasileiro no início do século XX, marcadas pela fragmentação em “ilhas” regionais, resultantes em grande parte da economia colonial.
O povoamento do litoral, as redes de cidades, a concentração fundiária e a monopolização do acesso à terra, o poder político das elites locais etc.Assim como ocorreu no Nordeste com a lavoura canavieira, a monocultura do café organizou-se em grandes propriedades, a princípio tendo por base o trabalho escravo, e posteriormente empregando trabalhadores livres (assalariados), principalmente imigrantes. Ao avançar mais para o interior da região, o cultivo do café propiciou o aparecimento de médias propriedades. Dos quase 5 milhões de imigrantes que o Brasil recebeu até o início deste século, a maior parte deles fixou-se sobretudo no Sul e Sudeste, marcando profundamente sua vida econômica e social. A preferência por essa região, entre outros fatores, deveu-se à necessidade de mão-de-obra para a lavoura e à necessidade de efetivar-se a colonização do Sul.

Características dos “Ciclos Econômicos”
• Cana-de-açúcar – PERÍODO: Séculos XVI e XVII - PRINCIPAIS ÁREAS DE OCORRÊNCIA: Litoral do Nordeste, nos atuais Estados de Pernambuco, Paraíba, Sergipe e Bahia, além de pequenas áreas no litoral do Estado do Rio de Janeiro e de São Paulo - DESTINO DA PRODUÇÃO: Mercado europeu, comercializado via Portugal devido ao pacto colonial.
• Mineração - PERÍODO: Século XVIII - PRINCIPAIS ÁREAS DE OCORRÊNCIA: Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás. - DESTINO DA PRODUÇÃO: Portugal, mas, como consequência de acordos comerciais, o ouro brasileiro teve, em grande parte, como destino final, a Inglaterra.
• Café - PERÍODO: Segunda metade do século XIX ao início do século XX - PRINCIPAIS ÁREAS DE OCORRÊNCIA: Rio de Janeiro, São Paulo, sul de Minas Gerais e Espírito Santo, posteriormente se expandiu para o Norte do Paraná e Mato Grosso. DESTINO DA PRODUÇÃO: Europa e Estados Unidos.
A fragmentação do território em “ilhas” regionais, espaços relativamente autônomos de produção e consumo que guardam relações mais estreitas com os mercados externos do que entre si, está relacionada à noção de “arquipélago econômico”.


SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 2
A GÊNESE DAS FRONTEIRAS BRASILEIRAS

 A delimitação territorial do país é resultado de um processo histórico que o diferencia dos países vizinhos. O Brasil é o único país na América que resultou da colonização portuguesa e que não se fragmentou em vários outros países, como ocorreu com as antigas colônias espanholas.
Os conflitos fronteiriços entre o Brasil e seus vizinhos ocorreram em outros momentos, como na Guerra do Paraguai e na formação do Estado do Acre, como também aconteceu com os litígios resolvidos pacificamente – como o da fronteira com a Guiana Francesa, resolvido em 1897, com a arbitragem da Suíça, sendo a defesa realizada pelo Barão de Rio Branco. Porém, desde a assinatura do Tratado de Petrópolis (1909), o país vive em uma situação relativamente estável com relação às suas fronteiras terrestres. Os acordos diplomáticos foram muito importantes para definição das fronteiras internacionais do Brasil, destacando a importância do trabalho desenvolvido por Rio Branco no começo do século XX.

 Os Princípios gerais para a produção dos limites;
• Delimitação: consiste na fixação dos limites por meio de tratados internacionais;
• Demarcação: corresponde à implantação física dos limites por meio da construção de marcos em pontos determinados;
• Densificação ou caracterização: etapa na qual se realiza o aperfeiçoamento sistemático da materialização da linha divisória, mediante intercalação de novos marcos, com o objetivo de torná-los mais facilmente perceptíveis para os dois lados.
José Maria da Silva Paranhos, Barão do Rio Branco, é considerado o patrono da moderna diplomacia brasileira. Ocupou o Ministério das Relações Exteriores entre 1902 e 1912, tendo definido as grandes linhas da política externa do Brasil no século XX. Durante o período colonial brasileiro, os segmentos de fronteira delimitados representavam apenas 17% da extensão total da divisória terrestre. A delimitação da maior parte das fronteiras e linhas de limites terrestres do Brasil foi realizada depois da independência, durante o Império ou na “Era Rio Branco”. O Império foi responsável pela fixação de pouco mais da metade da extensão total das fronteiras terrestres e, durante a política externa do início do período republicano marcada pela figura do Barão do Rio Branco, quase um terço da extensão da divisória terrestre do Brasil foi delimitada. Assim, a “obra de fronteiras” da chamada “Era Rio Branco” ajuda a explicar a ausência de conflitos fronteiriços atuais entre o Brasil e outros países da América do Sul. A dinâmica histórica que resultou na definição da maioria das áreas de fronteira no Brasil, destaca-se pela ausência de conflitos armados por influência do Barão de Rio Branco como mediador nos casos de litígio.
É importante que destacar que questões que hajam conflitos armados resultam em perdas materiais e humanas em, o desgaste político etc.

 Barão de Rio Branco - a questão dos limites territoriais brasileiros e suas mudanças ao longo do tempo:
José Maria da Silva Paranhos Júnior, barão do Rio Branco, foi professor, político, jornalista, diplomata, historiador e biógrafo. Nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 20 de abril de 1845, e faleceu na mesma cidade, em 10 de fevereiro de 1912.
Em 1902 foi convidado pelo presidente Rodrigues Alves a assumir a pasta das Relações Exteriores, na qual permaneceu até a morte, em 1912.
Logo no início de sua gestão, defrontou-se com a questão do Acre, território fronteiriço que a Bolívia pretendia ocupar, solucionando-a pelo Tratado de Petrópolis. A seguir, encetou negociações com outros países limítrofes, cujas fronteiras com o Brasil suscitavam questões litigiosas. Seu empenho encerrou as velhas disputas que o Brasil mantinha com quase todos os países da América do Sul.Em 1901, apesar dos esforços e do valor intelectual do plenipotenciário brasileiro, Joaquim Nabuco, a questão da Guiana Inglesa foi resolvida, por laudo do árbitro Victor Emanuel, rei da Itália, contra o Brasil. Rio Branco, no entanto, soube entender os motivos do laudo que despojava o Brasil de uma parte do seu território e deu a Joaquim Nabuco a compensação de nomeá-lo embaixador do Brasil em Washington.

 Definindo o contorno do território brasileiro
Veio, depois, uma série de tratados memoráveis: em 1904, com o Equador; em 1906, com a Guiana Holandesa; em 1907, com a Colômbia; em 1904 e 1909, com o Peru; em 1910, com a Argentina. Ficavam definidos, de um modo geral, os contornos do território brasileiro, assim como, com pequenas alterações, ainda hoje subsistem.
Além da solução dos problemas de fronteira, Rio Branco lançou as bases de uma nova política internacional, adaptada às necessidades do Brasil moderno. Foi, nesse sentido, um devotado pan-americanista, preparando o terreno para uma aproximação mais estreita com as repúblicas hispano-americanas e acentuando a tradição de amizade e cooperação com os Estados Unidos.

 SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3
TERRITÓRIO BRASILEIRO: DO “ARQUIPÉLAGO” AO “CONTINENTE”

 A inauguração de Brasília, em 21 de abril de 1960, promoveu um avanço dos espaços realmente integrados à economia nacional, antes restritos às áreas de influência das capitais dos Estados do Nordeste e do Sul, de São Paulo e do Rio de Janeiro (antiga Capital Federal). Os grandes eixos rodoviários indicados no mapa relativo aos anos 1990 permitem não somente a visualização desse processo como também a explicação de uma das razões fundamentais da integração territorial ocorrida no Brasil nas últimas quatro décadas do século XX.
A importância econômica e populacional das capitais dos Estados brasileiros acompanhou a expansão dos espaços realmente integrados à economia nacional. A magnitude de São Paulo e Rio de Janeiro na década de 1990 (e, ainda, atualmente) diante de outras capitais explica-se em função da importância econômica que desfrutaram no passado como também à centralidade política exercida pela segunda até a mudança da Capital Federal para Bra o sentido da principal corrente migratória parte dos Estados do Nordeste brasileiro (em particular, Ceará) para o Estado do Amazonas e outros da Grande Região Norte. Comparando-se esse mapa com o mapa “Brasil: a economia e o território no século XIX” (Situação de Aprendizagem 1), é possível compreender que a busca por drogas do sertão e o surto da borracha consistiram nas principais atividades econômicas que impulsionaram esse fluxo migratório. sília na década de 1960.

 Meio Natural

 As transformações do meio natural ocorrem lentamente, ao contrário das que ocorrem no meio técnico, que se dão rapidamente com o advento das máquinas.O povoamento concentrado no litoral e ao longo dos rios, dada a importância dessas áreas para o transporte e dos recursos naturais nelas existentes para a subsistência das populações (nas áreas mais distantes da costa – o sertão uma população dispersa se ocupava da criação extensiva de gado e culturas de subsistência, sendo que as comunicações eram difíceis). No mapa referente aos anos 1890, a ausência de integração é outra característica que pode ser associada ao meio natural: nota-se que as áreas econômicas mais ativas e densamente povoadas estavam isoladas umas das outras, comunicando-se apenas por via marítima (influência do meio natural). O meio técnico surge quando o ser humano começa a se sobrepor sobre o “império da natureza” por intermédio da construção de sistemas técnicos.
Entre os anos 1890 e 1940 corresponderam a períodos nos quais os sistemas técnicos foram adensados no território brasileiro por meio da incorporação das máquinas (telégrafos, ferrovias, portos etc.) de forma seletiva. Esse meio esteve na origem das desigualdades regionais. No século XIX, por exemplo, com o desenvolvimento da economia cafeeira no Sudeste, verifica-se uma nova inflexão no processo de valorização do território brasileiro (o que também coincide com a transição entre o meio natural e o meio técnico). Suas principais características foram:
• a construção de sistemas técnicos, com o surgimento de setores comerciais e bancários, associados às novas condições de transportes e comunicações (estrada de ferro, telégrafo e cabo submarino);
• a relativa integração do território que, no início do século XX, era constatada em torno do Rio de Janeiro e de São Paulo, mas que, no entanto, não era efetiva nas demais regiões do país, que mantinham com esses centros relações tênues e esporádicas;
• a industrialização, cujo desenvolvimento ocorreu intensamente em São Paulo e arredores, permitindo que a cidade e o Estado adquirissem papel central na vida econômica do país;
• a ocupação econômica que, na década de 1950, foi favorecida em virtude da ampliação dos esforços para equipar o espaço nacional com vias de circulação e infraestrutura, fortalecendo as relações entre o Sudeste e as demais regiões;
• a construção de Brasília, a nova capital do país, durante o governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961), foi marco representativo do processo de interiorização, expandindo-o em direção ao Centro-Oeste e à Amazônia;
• e, por último, esse conjunto de processos ajudou a consolidar uma configuração territorial que favoreceu o Estado de São Paulo, cuja capital firmou-se como a metrópole econômica do país (aspecto claramente representado nos mapas relativos aos anos 1940 e 1990);
O conceito de meio técnico-científico-informacional refere-se ao meio geográfico atual, cujo surgimento ocorreu a partir da década de 1970, no qual a informação passou a ser variável fundamental no período de globalização, de constituição de um mercado global e de uma unicidade técnica planetária. Seu funcionamento tem como base técnica a fusão das tecnologias da informação com as telecomunicações, gerando as novas tecnologias da informação.

No que diz respeito às transformações no território brasileiro decorrentes do meio técnico-científico-informacional, podemos destacar;
• aspectos relacionados à infraestrutura e integração nacional, como: aproveitamento das principais bacias hidrográficas para a produção de eletricidade; modernização dos portos; construção de ferrovias orientadas para produtos especializados; desenvolvimento da rede rodoviária com a construção de autopistas nos principais eixos de circulação e de estradas vicinais (principalmente nas áreas de maior densidade econômica); instalação de rede de telecomunicações de alcance em todos os municípios, viabilizando o contato dos lugares com o restante do mundo;
• aspectos associados à diversificação econômica e à desconcentração industrial: ou seja, a partir das bases do desenvolvimento criadas anteriormente (sucessivos meios técnicos), a indústria tornou-se diversificada, inclusive iniciando sua desconcentração; a agricultura, por sua vez, se modernizou no Sul e no Sudeste e em outras regiões onde se destacam os Estados do Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Bahia (no caso do Nordeste, a difusão da irrigação permitiu o aproveitamento agrícola intensivo em parte de suas terras);
• aspectos relacionados à nova fase de urbanização: se, por um lado, nos primeiros 450 anos da história do Brasil, o povoamento e a urbanização foram praticamente litorâneos, atualmente constata-se um país urbanizado, com uma taxa de urbanização superior a 75% e diversos níveis e tipos de cidades. Fatos semelhantes expressam que o país passa por uma nova fase da organização do espaço e da urbanização, fundada em uma vida de relações mais extensas e mais intensas. Desde a década de 1970, constata-se a difusão do fenômeno urbano em todas as regiões (urbanização do território), com a multiplicação do número de cidades locais, a criação de numerosas cidades médias em todos os Estados. Ao mesmo tempo, há o surgimento de novas grandes cidades e o processo de metropolização não é limitado apenas ao Sudeste;
• aspectos relacionados à região concentrada, que representa a expressão mais intensa do meio técnico-científico-informacional, pois essa é a área onde se verificam de modo contínuo os acréscimos de ciência e tecnologia ao território. Embora sinais de modernização sejam constatados em todo o território, essa região é formada pelos Estados do Sul e do Sudeste e por parcelas do Centro-Oeste. Reúne o essencial da atividade econômica do país, com São Paulo mantendo o papel de metrópole nacional, baseado em sua condição de centro informacional e de serviços, e não mais como centro industrial.

 A nova configuração do Brasil

 Segundo a musica Bye bye, Brasil de Roberto Menescal - Chico Buarque/1979 para o filme Bye, bye Brasil, de Carlos Diegues
Oi, coração
Não dá pra falar muito não
Espera passar o avião
Assim que o inverno passar
Eu acho que vou te buscar
Aqui tá fazendo calor
Deu pane no ventilador
Já tem fliperama em Macau
Tomei a costeira em Belém do Pará
Puseram uma usina no mar
Talvez fique ruim pra pescar
Meu amor
No Tocantins
O chefe dos parintintins
Vidrou na minha calça Lee
Eu vi uns patins pra você
Eu vi um Brasil na tevê
Capaz de cair um toró
Estou me sentindo tão só
Oh, tenha dó de mim
Pintou uma chance legal
Um lance lá na capital
Nem tem que ter ginasial
Meu amor
No Tabariz
O som é que nem os Bee Gees
Dancei com uma dona infeliz
Que tem um tufão nos quadris
Tem um japonês trás de mim
Eu vou dar um pulo em Manaus
Aqui tá quarenta e dois graus
O sol nunca mais vai se pôr
Eu tenho saudades da nossa canção
Saudades de roça e sertão
Bom mesmo é ter um caminhão
Meu amor
Baby, bye bye
Abraços na mãe e no pai
Eu acho que vou desligar
As fichas já vão terminar
Eu vou me mandar de trenó
Pra Rua do Sol, Maceió
Peguei uma doença em Ilhéus
Mas já tô quase bom
Em março vou pro Ceará
Com a benção do meu orixá
Eu acho bauxita por lá
Meu amor
Bye bye, Brasil
A última ficha caiu
Eu penso em vocês night and day
Explica que tá tudo okay
Eu só ando dentro da lei
Eu quero voltar, podes crer
Eu vi um Brasil na tevê
Peguei uma doença em Belém
Agora já tá tudo bem,
Mas a ligação tá no fim
Tem um japonês trás de mim
Aquela aquarela mudou
Na estrada peguei uma cor
Capaz de cair um toró
Estou me sentindo um jiló
Eu tenho tesão é no mar
Assim que o inverno passar
Bateu uma saudade de ti
Tô a fim de encarar um siri
Com a benção do Nosso Senhor
O sol nunca mais vai se pôr

A letra da música, escrita em 1979, é uma espécie de “prenúncio” da nova configuração do Brasil, cada vez mais integrado pela rede urbana e pelos circuitos produtivos, cujo centro de gravidade econômica gira em torno do eixo Rio de Janeiro - São Paulo. Dessa forma, Bye Bye Brasil pode ser considerada, ao mesmo tempo, um “adeus” ao país que tinha como base o padrão espacial do pós-guerra e “boas-vindas” à nova configuração territorial.

 SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 4
O BRASIL E A ECONOMIA GLOBAL: MERCADOS INTERNACIONAIS

 DIVISÃO DENTRO DO CONSUMO DE MERCADORIAS:
• “clientes” correspondem aos principais mercados para os quais o Brasil exporta seus produtos;
• “fornecedores” correspondem aos principais mercados dos quais o Brasil importa produtos.

Os Estados Unidos e o Japão têm grande participação no comércio exterior brasileiro com destaque às exportações para o Japão.
A dinâmica do comércio exterior, em geral, e, em particular, do comércio exterior brasileiro segue uma lógica em alguns momentos aspectos positivos e em alguns momentos negativos, ou seja, bom quando temos superávit* em nossa “Balança comercial”* e ruim quando ficamos em déficit*.
“Balança comercial” é o termo utilizado para representar as importações e exportações de um país. Quando o saldo da balança comercial é positivo, significa que as exportações são maiores que as importações e, portanto, há superávit; quando o saldo da balança comercial é negativo, há déficit.

O significado dos seguintes termos usados na dinâmica dos mercados:
• Barreiras comerciais: barreiras impostas à livre circulação de mercadorias entre os países.
• Subsídios: ajuda financeira que os governos concedem aos produtores com o objetivo de ampliar a competitividade de determinados setores da economia nacional.
• Países emergentes: países que apresentam grande crescimento no cenário econômico e político mundial, tais como o Brasil, a China e a Índia.
• União Europeia: bloco econômico formado por 27 países da Europa.
• Salvaguardas: ressalvas em um acordo comercial que permitem que os países protejam o mercado para determinados produtos.
• PIB global (Produto Interno Bruto global): soma de todas as riquezas produzidas no mundo.
Na Fórum de Diálogo Índia-Brasil-África do Sul (Ibas) foi estabelecido em 6 de junho de 2003, mediante a “Declaração de Brasília”. Suas metas principais são aproximar as posições dos três países em instâncias multilaterais, desenvolver a cooperação comercial, científica e cultural no âmbito Sul-Sul e democratizar a tomada de decisão internacional no âmbito de fóruns e organismos internacionais. Os países do Ibas buscam interesses convergentes, como reformar o Conselho de Segurança das Nações Unidas e mudar a política de subsídios agrícolas praticada pelos países desenvolvidos. Em função desses objetivos comuns, defendem uma ordem internacional multipolar, estruturada com maior atenção aos países em desenvolvimento.

 Pontos de discussões sobre o comércio internacional que interessa a dinamização do comércio brasileiro:
• A Área de Livre-Comércio das Américas (Alca) foi um acordo proposto pelos Estados Unidos para 34 nações americanas com o objetivo de criar uma zona de comércio sem barreiras alfandegárias. Em função de divergências ideológicas com os Estados Unidos, Cuba não participaria dessa proposta. O principal interesse da Alca era promover o aumento da entrada dos produtos e serviços norte-americanos no continente, fato que após longas negociações provocou desconfiança entre os movimentos sindicais e sociais latino-americanos, que ao temerem a perda de empregos, se opuseram à Alca. Além das articulações em torno do acordo terem esbarrado nessas dificuldades, ele foi interrompido em função de divergências entre os países. Em novembro de 2005, foi realizada a última Cúpula das Américas, que reuniu os governantes do continente, marcando o fracasso do acordo.
• O G-20 foi criado em Cancún, no México, em 2003, sob a liderança do Brasil. Consiste em um grupo formado por mais de 20 países, tanto desenvolvidos como também, e principalmente, emergentes e em desenvolvimento, que lutam por uma maior liberalização do comércio global.
• Junto à OMC, o G-20 busca a redução dos subsídios agrícolas que os países desenvolvidos concedem aos seus produtores rurais, de forma a ampliar a participação dos países emergentes no comércio mundial de alimentos.
É de máxima importância da participação brasileira em questões de caráter internacional e o seu papel de influência na América Latina e também entre outros países do Hemisfério Sul. Nesse sentido, deve-se criar iniciativas de cooperação nas áreas de educação, saúde e tecnologia, entre outras.

 Questões importante sobre os subsídios agrícolas que prejudicam o Brasil:
  • Estados Unidos e os países da União Europeia podem ser citados como os que utilizam subsídios agrícolas. Entre outros produtos, os EUA subsidiam milho, trigo, soja e suco de laranja. A UE, por sua vez, subsidia principalmente cereais, como trigo, milho, além de carne e leite, erguendo barreiras fitossanitárias para impedir a importação, o que compromete inclusive as exportações de carne brasileira. Na UE, desde a década de 1960, a existência da Política Agrícola Comum (PAC) garante subsídios agropecuários para todos os países-membros. No interior da UE, a França se destaca como um dos países que mais defende a manutenção dos subsídios.
  • Existem vários exemplos dos resultados alcançados pela ação brasileira contra os subsídios, como a vitória do Brasil na Organização Mundial de Comércio (OMC) contra os subsídios norte-americanos para o aço e o algodão. Apesar de os EUA serem o maior parceiro comercial do Brasil, nos últimos anos o governo brasileiro fortalece seu compromisso com a defesa de um comércio mais igualitário entre países desenvolvidos e subdesenvolvidos.

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